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A Origem Da Conquista Do Planeta Dos Macacos Também Se Levanta

Postado por Rodrigo Pinder

O título original de Planeta dos Macacos: A Origem é Rise of the Planet of the Apes, similar a G.I. Joe: The Rise of Cobra, aqui chamado de A Origem de Cobra, ou quiçá o próximo filme de Christopher Nolan, The Dark Knight Rises, mas definitivamente não como o filme anterior de Christopher Nolan, A Origem. Seria concebível alguém enxergar um padrão aí, talvez um serial killer que decifrou uma mensagem nesse padrão depois de uma maratona de Fringe e decidiu se fantasiar de macaco e matar o John Lightgow, que além de estar em Planeta também participou da série Third Rock From The Sun com Joseph-Gordon Levitt, que por sua vez está em A OrigemRise of Cobra e The Dark Knight Rises. Hello. Is this on?

Oi. Por motivos entediantes demais pra comentar, faz mais de um ano que eu não escrevo aqui. Decidi voltar em fluxo de consciência seguindo o “raciocínio” mais imbecil que consegui pensar porque eu escolhi falar de um filme de ação com pretensões sci-fi que não faz o menor sentido. Não me entendam mal, Planeta dos Macacos: A Origem é um bom filme e tem grandes momentos. E, claro, 100% deles envolvem macacos. O problema, como já se suspeitava desde o trailer, é o quociente Homo Sapiens, que parece ter sido definhado de propósito, como se torna-lo psicologicamente bidimensional deixasse os macacos mais verossímeis como criaturas visualmente tridimensionais, ou algo assim. Acompanhem-me enquanto eu tento explicar o que diabos eu estou dizendo, se é que eu ainda me lembro como se usa isso aqui.

KEEP WALKING>

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Uncle Boonmee Que Lembra o Outro Filme do Joe

Postado por Fabiano Ristow

“Até que enfim”

Um monstro bizarro de olhos vermelhos surgir no escuro depois de uma sequência de uns dez minutos mostrando nada além de um búfalo na floresta, em “Uncle Boonmee”, soou, por incrível que pareça, previsível, ainda que essa seja uma das primeiras cenas. Foi uma espécie de deja vu. Eu reagi exatamente da mesma forma que os personagens reagem quando, pela primeira vez (no filme, não na vida deles), ficam diante de um evento sobrenatural e abrupto: momentaneamente surpreso, mas não exatamente impressionado, apesar do Joe (ou Apichatpong Weerasethakul, prefiro o mais fácil – embora eu saiba pronunciar a versão tailandesa) conseguir aqui materializar essas cenas absurdas da forma mais elegante até hoje.

Provavelmente também da mesma forma que Joe reage quando vê um fantasma na vida real. Numa noite em um hotel em Paris, ele viu uma mulher de branco desaparecer perto da cama dele, ficando transparente, “como em um filme”, ele descreveu. Cineastas competentes geralmente conseguem transportar uma situação real para as telas mantendo as implicações e atmosfera do evento original; quando esse momento envolve um fator incomum e estranho, no entanto, é preciso de um diretor num patamar acima.

Em estilo, tema e humor, “Uncle Boonmee” poderia ser uma continuação de “Mal dos trópicos”. Ele, mais uma vez, coloca monstros, espíritos e animais falantes na nossa frente sem recorrer com antecedência a nenhuma estratégia narrativa convencional (e.g. com o objetido de nos fazer aceitar fantasia) e ainda assim PLAYS naturalmente. Na realidade, a essa altura do campeonato, vendo “Boonmee”, eu sequer me sinto assistindo a uma fantasia, o que talvez seja o trunfo do Joe. O que, obviamente, não torna menos engraçado e incrível quando uma pessoa diz para a mãe que copulou com um macaco.

Sobre o que essas relações íntimas e cruas entre homem (e mulher) e natureza significam, eu tenho minhas teorias pretensiosas, mas, no caso de “Boonmee”, estão conectadas entre si muito mais numa esfera emocional do que racional – diferentemente de “Mal dos trópicos”, onde eu conseguia enxergar um ponto claro sobre o papel do amor e da sexualidade. Agora, é mais como se eu estivesse vendo borrado, sem conseguir detectar onde termina uma forma. Mas se o Joe me perguntasse numa festa se eu entendi o filme, com sorte eu diria “sim”, caso eu já tivesse tomado mais que três taças de vinho.

Ainda que eu não necessariamente concorde. Pra mim é óbvia a mensagem sobre um retorno à natureza e o papel que a tecnologia e o nosso estilo de vida desempenham para impedir isso – morra de surpresa, há uma parte do filme que se passa no campo e outra na cidade -, mas se existe alguma valorização em relação a esse processo, se é uma apreciação (espero que não) ou apenas uma constatação, não sei, ou não me importo, enfim. A forma com que o Joe pinta isso é poderosa por si só. Tem uma cena mais para o fim que é uma das coisas mais aterrorizantes, claustrofóbicas e misteriosas dos últimos tempos – ela é filmada com a câmera na mão, e a simples mudança imprevisível de estilo imediatamente já eleva a tensão.

Mas ver “Boonmee” foi como ver um filme excelente pela segunda vez, já sabendo dos spoilers. Você consegue se empolgar, mas não se surpreende mais, nem é tão mágico quanto a primeira assistida. E, mesmo se fosse o meu primeiro filme do Joe, não faria cócegas em “Mal dos trópicos” (e ainda acho “Síndromes e um século” mais legal, ironicamente por razões opostas: muito menos pela bizarrice, mais pela tranquilidade). Eu acho que todo mundo que votou em “Boonmee” em Cannes nesse ano viu a filmagrafia do Joe no ano passado, e pensou que seria uma ótima ideia premiá-lo pelo conjunto da obra e pelo tempo que o mundo perdeu sem a visibilidade que ele merece. Eu teria feito o mesmo.

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Links do Dia: 11/06/08

1. “Hulk Encontra a Paz na Favela”: A matéria diz tudo, francamente. Em outras notícias, o próprio Homem Que Via Demais, Mike D’Angelo, deu um 47 pra esse, e graceja: “menos artístico, não ajudou.”

[Para Anderson, que também faz uma ponta em outros filmes, como “Última parada: 174”, “Hulk” apresenta um lado raramente conhecido por quem nunca vai a favela. “O filme mostra um lugar tranqüilo onde o ‘Hulk’ encontrou a paz. Gostei do jeito que a comunidade foi mostrada”, diz o cabo do Corpo de Bombeiros, lembrando também que uma das cenas de tiroteio foi filmada no bar da sua irmã.]

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