Postado por Luis Calil
Uma das vantagens de dormir com a TV ligada na CNN (além de te fazer pegar no sono com facilidade) é que você sem-querer-querendo acaba se atualizando em notícias mundiais. Uns dias atrás eu acordei enxergando cenas de um resgate de helicóptero; estavam removendo pessoas de uma área perigosa em outra enchente nos EUA. Imediatamente, um pensamento idiota entrou na minha cabeça e ficou lá, enchendo o meu saco pelos próximos 25 minutos:
O mundo está um caos. Tá tudo indo pra merda.
Eu já havia argumentado contra essa idéia pra algumas pessoas, falando que a nossa impressão de violência crescente e frequentes catástrofes são apenas (ou em parte) um efeito da nossa evolução em transmissão de informações e crescimento populacional; há inclusive uma dissertação do Daniel Dennett ou Steve Pinker em algum lugar na internet apoiando essa explicação (não consigo achar), e o protagonista de As Invasões Bárbaras tem um monólogo no filme justamente sobre isso.
Mas talvez eu estivesse errado. Digo, mais enchentes? Terremotos violentos na China, Peru; teve até um em São Paulo onde terremotos costumam não acontecer. Aviões caindo no Quênia. A economia podre nos EUA gerando um grande número de demissões em jornais (eu sei disso porque os críticos de cinema levam o maior ferro; são o elemento mais “dispensável”). Lembrei até da locadora onde eu trabalho, o meu chefe constamente me lembrando de que o número de locações caiu violentamente nos últimos anos. Estaríamos chegando no “Fim dos Tempos”? Se sim, ele seria tão esteticamente desengonçado quanto o novo filme de M. Night Shyamalan (estrelando Marky Mark)?