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Yahoo Leu Minha Mente

Postado por Luis Calil


Uma das vantagens de dormir com a TV ligada na CNN (além de te fazer pegar no sono com facilidade) é que você sem-querer-querendo acaba se atualizando em notícias mundiais. Uns dias atrás eu acordei enxergando cenas de um resgate de helicóptero; estavam removendo pessoas de uma área perigosa em outra enchente nos EUA. Imediatamente, um pensamento idiota entrou na minha cabeça e ficou lá, enchendo o meu saco pelos próximos 25 minutos:

O mundo está um caos. Tá tudo indo pra merda.

Eu já havia argumentado contra essa idéia pra algumas pessoas, falando que a nossa impressão de violência crescente e frequentes catástrofes são apenas (ou em parte) um efeito da nossa evolução em transmissão de informações e crescimento populacional; há inclusive uma dissertação do Daniel Dennett ou Steve Pinker em algum lugar na internet apoiando essa explicação (não consigo achar), e o protagonista de As Invasões Bárbaras tem um monólogo no filme justamente sobre isso.

Mas talvez eu estivesse errado. Digo, mais enchentes? Terremotos violentos na China, Peru; teve até um em São Paulo onde terremotos costumam não acontecer. Aviões caindo no Quênia. A economia podre nos EUA gerando um grande número de demissões em jornais (eu sei disso porque os críticos de cinema levam o maior ferro; são o elemento mais “dispensável”). Lembrei até da locadora onde eu trabalho, o meu chefe constamente me lembrando de que o número de locações caiu violentamente nos últimos anos. Estaríamos chegando no “Fim dos Tempos”? Se sim, ele seria tão esteticamente desengonçado quanto o novo filme de M. Night Shyamalan (estrelando Marky Mark)?

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Criticando Críticas: “Ser ou não ser… nunca serão!” (e a tabelinha de 20/06)

Postado por Rodrigo Pinder

“Alas, poor Zero-Meia!”

Tinha que acontecer, mais cedo ou mais tarde: Wagner Moura é Hamlet. Um Hamlet “debochado”, como declara o próprio ator em entrevista ao Jornal da Globo (assistam ao vídeo no G1). “Um Hamlet diferente, um dinamarquês meio à baiana”, acrescenta o repórter Renato Biazzi. É óbvio que a imprensa brasileira, em sua infinita relevância, não poderia evitar comparações entre o protagonista da peça de Shakespeare e o personagem que alavancou a carreira de Moura: “O que eles têm em comum é a dúvida sobre si mesmos, a angústia e um ator brasileiro, Wagner Moura, que da podridão do morro vai agora à podridão do reino da Dinamarca”. Dúvidas e angústia, por acaso, é o que ambos têm em comum com 99,74% dos personagens já criados na História do Drama, seja em romances, peças, filmes, gibis, séries de TV ou reality shows, o que abre caminho para que jornalistas continuem comparando o Capitão Nascimento a todos os personagens interpretados pelo ator, até o Fim dos Tempos.

Por falar em Fim dos Tempos, a estréia da peça ilustra a capa do Guia da Folha desta semana (de onde confesso ter escaneado a foto de Wagner Moura utilizada na espetacular montagem acima), que traz, como sempre, a tradicional tabelinha. Eu sei, eu sei. Eu também não sou nenhum exemplo de relevância. Prometo que quando tiver tempo e disposição falarei sobre coisas realmente importantes; por hora, fiquem com as últimas macacadas dos críticos da Folha de São Paulo:

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Debate: Fim dos Tempos

[Onde dois ou mais participantes argumentam cuidadosamente/saem na porrada sobre algum assunto que no final das contas não vai fazer diferença nenhuma no grande esquema do Universo.]

Luis Calil: Então, Fim dos Tempos. Que merda, hein? Eu me recusei a acreditar na idéia muito propagada de que o talento de M. Night Shyamalan estava em declínio, até porque eu não acho que O Sexto Sentido tenha sido o pico dele, nem que A Vila seja o primeiro sério tropeço. Pelo contrário, A Vila é o primeiro filme onde ele realmente explora o assunto com que ele está lidando de jeitos produtivos, e as reviravoltas que todo mundo reclamou têm uma ressonância temática gigantesca. Até no desastre que foi A Dama na Água eu encontrei o que apreciar (ele quase funciona se você o enxergar como um filme-B pastelão high concept dos anos 80, tipo Mulher Nota 1000).

Mas com Fim dos Tempos, não dá. Apesar dos planos ocasionalmente bem compostos – e estes apareciam com muito menos freqüência do que em qualquer outro filme do Shyamalan – o filme pareceu uma piada. É como se tivessem feito um reality show pra encontrar o cineasta novato mais capaz de imitar o estilo do Shyamalan, e o ganhador fosse responsável por esse filme. É uma versão morta, redundante e confusa do que se espera de um trabalho de Shyamalan. Parece que ele escreveu o roteiro em uma sentada, depois de uma manhã de ressaca, nem se preocupou em revisar.[1] Não é?

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Links do Dia: 09/06/08

1. “Shyamalan Defendido”: Brad Brevet escreve uma defesa levemente histérica mas bem-vinda do M. Night Shyamalan. O único problema é que ele diz que a reviravolta em A Vila não foi uma boa reviravolta. Não, vagal, foi simplesmente a reviravolta mais tematicamente relevante da carreira do pobre coitado.

[“The final argument against Night is that he is egotistical. I touched on this already this week, but it would be irresponsible to not cover all bases. Let’s say Night thinks he is the greatest director of all-time. First off, what does that hurt? How does it hurt his films? A commenter at IMDb believes Lady in the Water is to be taken literally and believes Night is trying to say “he’s the WRITER THAT WILL SAVE THE WORLD!!!” Then again, by that logic Clint Eastwood believes he is a Wild West gunslinger as well as a bad ass San Francisco cop. To that I must ask Clint to make a decision, you can’t have both.”]

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