Postado por Rodrigo Pinder
Todo mudo já viu esse, certo? Não preciso colocar um aviso de SPOILER aqui, preciso?
Bom, talvez eu precise. Talvez o que é óbvio para mim não seja tão óbvio para outras pessoas. Talvez exista um propósito no universo, um Objetivo Maior, um Plano Inefável. Ou talvez a vida seja apenas uma série de acontecimentos randômicos, porém inevitáveis. De onde viemos? Para onde vamos? Por que eu sou obrigado a compartilhar das músicas ruins que meus vizinhos ouvem?
Estas são as questões fundamentais da existência humana, e uma dramatização envolvendo um cético deparando-se com uma prova inegável de presciência sobrenatural poderia ser um jeito intrigante de explorá-las, mas os três roteiristas deste filme aparentemente estão mais preocupados com (a) catástrofes, (b) terror fantasmagórico e (c) Nicholas Cage correndo e/ou gritando com pessoas.
Os apologistas de Dark City vão ter que me desculpar, mas Alex Proyas nunca teve muita sensibilidade para lidar com roteiros. Não dava pra esperar que ele tivesse, por exemplo, os cojones de cortar o que é provavelmente o prólogo mais dramaticamente inútil de todos os tempos, ou exigir uma revisão no segundo ato, prolongando a descoberta e criando suspense através da ambiguidade. Como não há espaço para dúvidas e logo fica claro que as previsões são à prova de balas, a tensão é natimorta, a duração um mero capricho e cada obstáculo um exercício de futilidade.